Nossa querida aluna Flávia Alencar digitou o trecho de um dos livros mais interessantes da nossa rede,
sobre um tema muito especial, que está presente em todas as atitudes de um praticante do Método. Confira:
Pújá
No comportamento shakta, ou shaktismo, pújá significa adorar, venerar, honrar ou reverenciar. Esse termo pode também ter outros significados, tais como oferenda, honra ou retribuição de energia ou de força interior (formas pelas quais nos referimos ao pújá na nossa cultura).
O pújá é uma maneira natural e instintiva de retribuição. Num exemplo singelo, podemos relacioná-lo ao fato de uma criança que, ao chegar na escola, espontaneamente, dá uma flor à sua professora.
A prática do pújá faz parte de todas as tradições orientais. Na Índia, temos o pañchapújá, as cinco formas de pújá externo, através do qual o devoto faz uma oferenda ao templo ou a seu ishtadêvatta (divindade particular). O pañchapújá consta de flores, frutos, incensos, tecidos e dinheiro. O Yôga também se utiliza do pújá mas, geralmente, feito sem objetos materiais. É o caso do manasika pújá (pújá mental). Ele se caracteriza por uma oferenda, de energia, amor, carinho, lealdade e votos de saúde, prosperidade e felicidade, feita pelo discípulo ao seu mestre.
Juntamente com aquilo que se oferece, é preciso que haja bháva. Bháva significa sentimento, devoção, atitude interior ou disposição. Segundo o Kúlavali Tantra, “as palavras não podem expressar o que seja bháva, assim como o melado somente pode ser compreendido pelo paladar daquele que o saboreia, e nunca através de explicações”.
Do livro Yôga, Sámkhya e Tantra, do Mestre Sérgio Santos (com modificações)
(5ª edição, p. 89)